quarta-feira, dezembro 05, 2012

Adeus, adeus, adeus! Para Augusto dos Anjos no mundo tudo acabou-se, apenas restam mágoas.


Adeus, adeus, adeus! 

Adeus, adeus, adeus! E, suspirando,
Saí deixando morta a minha amada,
Vinha o luar iluminando a estrada
E eu vinha pela estrada soluçando.

Perto, um ribeiro claro murmurando
Muito baixinho como quem chorava,
Parecia o ribeiro estar chorando
As lágrimas que eu triste gotejava.

Súbito ecoou do sino o som profundo!
Adeus! - eu disse. Para mim no mundo
Tudo acabou-se, apenas restam mágoas.

Mas no mistério astral da noute bela
Pareceu-me inda ouvir o nome dela
No marulhar monótono das águas!

Augusto dos Anjos
(1884-1914)

Mais sobre Augusto dos Anjos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_dos_Anjos

Um comentário:

regina ragazzi disse...

Lindo, lindo, lindo!!! Adoro os poemas de Augusto dos Anjos. Belo blog. Abraços