quarta-feira, março 23, 2011

Manuel Bandeira diz que faz versos como quem chora, como quem morre. Porque qualquer forma de amor vale a pena, vale amar.



Desencanto

Eu faço versos como quem chora
De desalento , de desencanto
Fecha meu livro se por agora
Não tens motivo algum de pranto

Meu verso é sangue , volúpia ardente
Tristeza esparsa , remorso vão
Dói-me nas veias amargo e quente
Cai gota à gota do coração.

E nesses versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre
Deixando um acre sabor na boca

Eu faço versos como quem morre.
Qualquer forma de amor vale a pena!!
Qualquer forma de amor vale amar!
 
Manuel Bandeira
(1886-1968)

Mais sobre Manuel Bandeira em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Bandeira

Um comentário:

Liana disse...

Manuel...primeiro poeta que li na vida! Talvez por isso seja esse verso final o meu lema.Amar assim é privilégio dos corajosos !