quinta-feira, maio 06, 2010

Em 1940, em plena guerra mundial, Drummond já alertava para a insensibilidade da burguesia. Para os inocentes do Leblon, era fácil esquecer.


Inocentes do Leblon


Os inocentes do Leblon
não viram o navio entrar.
Trouxe bailarinas?
trouxe imigrantes?
trouxe um grama de rádio?
Os inocentes, definitivamente inocentes, tudo ignoram,
mas a areia é quente, e há um óleo suave
que eles passam nas costas, e esquecem.

Carlos Drummond de Andrade
(1902-1987)

Mais sobre Carlos Drummond de Andrade em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Drummond_de_Andrade

Um comentário:

Talles Azigon disse...

Amo essa poesia do Drummond, aliás Drummond é Phoda