sábado, setembro 13, 2008

Na música que é tua, meus lábios torrenciais caem pesados, duros. E nunca mais, diz Eugénio de Andrade à sua amada.


Os lábios

Na música que é tua,
meus lábios torrenciais
caem pesados, duros.
E nunca mais.
Despenham-se a prumo:
vidros ou punhais.
Arrastam-te ao fundo
E nunca mais.

Eugénio de Andrade
(1923-2005)

Nenhum comentário: