sexta-feira, abril 11, 2008

Na poesia erótica de Bocage, a donzela ansiosa perde os sentidos. Porém vai com tal ânsia trabalhando, que os homens é que vêm a ser fodidos.


Soneto da donzela ansiosa

Arreitada donzela em fofo leito
Deixando erguer a virginal camisa,
Sobre as roliças coxas se divisa
Entre sombras sutis pachacho estreito.

De louro pêlo um círculo imperfeito
Os papudos beicinhos lhe matiza;
E a branda crica, nacarada e lisa,
Em pingos verte alvo licor desfeito.

A voraz porra, as guelras encrespando,
Arruma a focinheira, e entre gemidos
A moça treme, os olhos requebrando.

Como é inda boçal, perde os sentidos;
Porém vai com tal ânsia trabalhando,
Que os homens é que vêm a ser fodidos.

Manuel Maria Barbosa de Bocage

(1765-1805)

Mais sobre Manuel Maria Barbosa de Bocage em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Maria_Barbosa_du_Bocage

Nenhum comentário: