terça-feira, março 25, 2008

J.G. de Araújo Jorge sabe que estão um no outro, com se estivessem sozinhos. Não há mais nada a dizer, o resto é silêncio.


O resto é silêncio

E então ficamos os dois em silêncio, tão quietos
como dois pássaros na sombra, recolhidos
ao mesmo ninho,
como dois caminhos na noite, dois caminhos
que se juntam
num mesmo caminho...
.
Já não ouso... já não coras...
E o silêncio é tão nosso, e a quietude tamanha
que qualquer palavra bateria estranha
como um viajante, altas horas...

Nada há mais a dizer, depois que as próprias mãos
silenciaram seus carinhos...
Estamos um no outro
como se estivéssemos sozinhos...

J.G.de Araujo Jorge

(1914-1987)

Mais sobre J.G.de Araújo Jorge em

http://pt.wikipedia.org/wiki/J._G._de_Ara%C3%BAjo_Jorge

Um comentário:

Anônimo disse...

Que lindo e delicado ...
Não conhecia J. G., grata e suave surpresa !
Abçs, José Antônio !