quarta-feira, setembro 05, 2007

Para Clarice Lispector, o bom é que a verdade chega a nós como um sentido secreto das coisas. E nós terminamos adivinhando, confusos, a perfeição.


A perfeição

O que me tranqüiliza
é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.

O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.

Tudo o que existe é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte do que existe
com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.

O bom é que a verdade chega a nós
como um sentido secreto das coisas.

Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.

Clarice Lispector

(1920-1977)

Mais sobre Clarice Lispector em

http://pt.wikipedia.org/wiki/Clarice_Lispector

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